As estrias são cicatrizes atróficas que acometem a segunda camada da pele: a derme.
A nossa pele contém fibras elásticas (colágeno e elastina) que conferem elasticidade à nossa pele. Contudo, essa capacidade é limitada e geneticamente dependente. Um fator limitante é o estiramento rápido da pele, que causa um distensão excessiva das fibras elásticas, que se rompem. Rompidas, as fibras elásticas não "colam"novamente (infelizmente) e um processo inflamatório agudo de cicatrização se instala na pele - ESTRIAS VERMELHAS.
Com o tempo, esse processo de cicatrização vai ficando menos inflamatório, com a deposição de fibrose no local - ESTRIAS BRANCAS. Esse tecido fibrótico é pobre em vascularização - por isso que o tratamento nessa fase pode ser mais difícil - e com pouca ou nenhuma produção de pigmento melanina - por isso que as estrias "pioram" quando tomamos sol (a pele sem estria bronzeia e a pele com estria não - elas ficam mais evidentes).
O tratamento das estrias pode ser feito em qualquer fase, mas o mais importante é SEMPRE a prevenção: evitar o rápido estiramento da pele. Em alguns casos isso acaba sendo impossível (como nas estrias de crescimento), mas evitar o ganho abrupto de peso é uma excelente medida preventiva! Cremes hidratantes ajudam a melhorar a qualidade da pele no local, bem como aumentar a tolerância aos tratamentos com ácidos, mas sozinhos não têm eficácia comprovada!
As terapias com ácidos podem ser indicadas precocemente, ainda na fase vermelha, com resultados variáveis de paciente para paciente. Aqueles casos em que o resultado não foi satisfatório, tratamentos com peelings, laser, microagulhamento e MMP podem ser interessantes. Nos casos dos procedimentos, múltiplas sessões são indicadas a fim de melhorar os resultados.
Lembrando sempre que as estrias não têm cura, mas a melhora da qualidade da pele pode torná-las mais imperceptível.
Previnir é sempre o melhor remédio nessa caso!
Dra. Maria Laura Malzoni
CRM 150280/RQE55431